domingo, 16 de fevereiro de 2014

Mundo gay


RS- Mais um da corja?
Deputado ofende quilombolas, índios, gays e lésbicas: Tudo que não presta!


Deputado Luís Carlos Heinze


Um vídeo, gravado em 29 de novembro de 2013 na cidade de Vicente Dutra, região norte do Rio Grande do Sul, exibe cenas de uma audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara. Debatia-se o acirramento dos conflitos que opõem índios e fazendeiros em várias Estados. A pretexto de defender os interesses dos proprietários rurais, dois deputados federais gaúchos ofenderam minorias, incitaram a violência e atacaram o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República).

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado ruralista Luís Carlos Heinze (PP-RS) disse que, quando precisa impulsionar o crescimento econômico, o governo recorre ao agronegócio, estimulando-o com financiamentos. Em seguida, foi ao ataque: “O mesmo governo, seu Gilberto Carvalho também é ministro da presidenta Dilma. É ali que estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo que não presta, ali está aninhado. E eles têm a direção e têm o comando do governo.”

Noutro trecho do vídeo, dirigindo-se a produtores rurais gaúchos, Heinze ensinou uma tática empregada para defender suas propriedades de investidas indígenas: “…O que estão fazendo os produtores do Pará? No Pará, eles contrataram segurança privada. Ninguém invade no Pará, porque a brigada militar não lhes dá guarida lá e eles têm de fazer a defesa das suas propriedades. Por isso, pessoal, só tem um jeito: se defendam. Façam a defesa como o Pará está fazendo.”

Heinze prosseguiu: “Façam a defesa como o Mato Grosso do Sul está fazendo. Os índios invadiram uma propriedade. Foram corridos da propriedade. Isso foi o que aconteceu aconteceu lá. […] Eles estão se defendendo. Se é isso o que o governo quer, é isso que nós vamos fazer. Resolvemos os sem-terra lá em 2000. E vamos resolver os índios agora, não intressa o tempo que seja.”

O vídeo exibe trechos do discurso de outro parlamentar ruralista, o deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS). Ele também investe contra o ministro Gilberto Carvalho, responsável no Planalto pelos contatos com organizações sindicais e movimentos sociais.

“Por que será que, de uma hora pra outra, tem que demarcar terra de índios e quilombolas?”, pergunta o deputado. “O chefe dessa vigarice orquestrada está na ante-sala da Presidência da República. E o nome dele é Gilberto Carvalho. É ministro. Ele e seu Paulo Maltus [secretário de Articulação Social].”

Alceu Moreira alvejou também uma entidade ligada à Igreja Católica, o CIMI, Conselho Indigenista Missionário: “Por trás dessa baderna, essa vigarice, está o CIMI, que é uma organização cristã, que de cristã não tem nada. Está a serviço da inteligência norte-americana e europeia, para não permitir a expansão das fronteiras agrícolas do Brasil.”

De resto, o deputado peemedebista pronunciou algo muito parecido com uma declaração de guerra: “Nós, os parlamentares, não vamos incitar a guerra. Mas lhes digo: se fartem de guerreiros e não deixem um vigarista desses dar um passo na sua propriedade. Nenhum! Nenhum! Usem todo o tipo de rede. Todo mundo tem telefone. Liguem um para o outro imediatamente. Reúnam verdadeiras multidões e expulsem do jeito que for necessário.”

Levado à internet nesta quarta-feira (12) por um movimento chamado 'Mobilização Nacional Indígena', o vídeo foi reproduzido no site do 'Greenpeace Brasil'. Para a entidade, os deputados “não só incitam a violência contra lideranças indígenas que tentam retomar suas terras invadidas por fazendeiros, grileiros e madeireiros, como também insultam gays e lésbicas, e reforçam o discurso inverossímil acerca da demarcação de terras indígenas para o público de produtores rurais''.



BRASÍLIA- Beijaço
Em ato na Câmara, estudantes protestam contra Bolsonaro com beijo gay.



BRASÍLIA - Cinco jovens da União da Juventude Socialista (UJS) protestaram nesta terça-feira, no corredor da presidência da Câmara, contra a possibilidade de o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Com cartazes e palavras de ordem e até mesmo beijos gay entre elas para o registro das câmeras, as estudantes repetiam que não querem "um filhote da ditadura, homofóbico, racista e fascista" presidindo a comissão. Bolsonaro apareceu, logo depois, no Salão Verde, reagiu reafirmando que trabalha para ser o escolhido e minimizando o ato e provocando as estudantes.

"A juventude que foi às ruas em junho do ano passado não quer a retirada de direitos humanos, quer que eles se ampliem. Não somos héteros, nem lésbicas, somos livres. Conversamos com o deputado Vicentinho ( líder do PT), queremos chamar os partidos à responsabilidade para que a comissão não caia em mãos erradas. Bolsonaro é inimigo dos Direitos Humanos. O ônibus que trouxemos para cá foi impedido de entrar na Casa do povo. Essa Casa errou no ano passado e quem pagou foram os movimentos LGBT, os negros", disse Maria das Neves, da UJS.

A ideia era fazer o ato no Salão Verde, mas os seguranças da Câmara impediriam as jovens de ir até o local, por isso, o beijo entre dois casais de meninas aconteceu no corredor da presidência da Casa. As cinco gritavam palavras de ordem contra Bolsonaro:

"Ô liderança, preste atenção. CDH, Bolsonaro não! Racista, homofóbico, fascista. Esse beijo é para você!"

Percebendo a movimentação, Bolsonaro foi até o Salão Verde e começou a falar, coletivamente, com os jornalistas. O deputado afirmou que todos têm direito a tratamento igual e que se ele for presidente da CDH não irá privilegiar as minorias.

"Quando eu defendo pena de morte é para uma minoria que aterroriza a maioria. Aquele vagabundo preso no Rio é um vagabundo, não um excluído. Minha comissão não terá espaço para defender esse tipo de pessoa! Defendo a redução da maioridade (para crimes), planejamento familiar. Uma mulher tem que poder fazer laqueadura com 18 anos", disse Bolsonaro, acrescentando:

"Direitos Humanos não é para vagabundo. Elas podem se beijar à vontade. Minha briga não é contra o homossexual, mas contra o material escolar que estimula o homossexualismo. Por que eu tenho que respeitar homossexuais? Eles é quem têm que nos respeitar!"

Bolsonaro afirmou ainda que presos não têm que ter tratamento humanitário:

"Quem estupra, mata, tem que ir para lá (prisão) sofrer. Pedrinhas é a única coisa boa do Maranhão. É só não matar, estuprar, que não vai para lá. Vai manter esses caras na vida boa?"

Depois de falar com a imprensa, Bolsonaro fez questão de ir ao corredor onde estavam as estudantes e provocá-las. Bateu boca com elas, que gritavam palavras de ordem contra ele, e depois foi embora.

Segundo os líderes, na reunião desta terça-feira ainda não foi discutida a divisão das comissões entre os partidos da Câmara. Ainda há impasse em relação à criação ou não de mais comissões. Há, no entanto, preocupação no PT para evitar o desgaste de Bolsonaro presidir a comissão, depois da situação provocada pela eleição do pastor Marco Feliciano para a vaga, no ano passado.

O PT está preocupado, mas o partido tem interesse em escolher outras comissões, como a Constituição e Justiça e Educação.

"Essa discussão vai ficar para a semana que vem pois ainda há algumas indefinições. Mas estamos preocupados para que nunca mais ocorra o desastre que ocorreu na Comissão de Direitos Humanos no ano passado", disse Vicentinho.

Para escolher a CDH, o PT terá de abrir mão da presidência de outras comissões.

 

Bar gay em Sochi lota durante Jogos de Inverno e contraria homofobia russa


A região de Sochi, balneário russo à beira do Mar Morto, sede das Olimpíadas de Inverno,já foi um verdadeiro paraíso gay e uma região conhecida por sua diversidade e tolerância. Isso antes da perseguição a homossexuais ser apoiada pelo governo de Vladmir Putin, especialmente em seu terceiro mandato, que no ano passado aprovou uma lei que bane qualquer manifestação pública sobre a homossexualidade, com a desculpa de preservar as crianças de relações não convencionais. Mas há um oásis em Sochi para os gays e se chama Mayak Cabaret, um misto de bar com shows de drags e transformistas e pista de dança que tem público misto, com muitos héteros indo assistir os espetáculos. Um lugar que permaneceu enquanto a maioria dos bares e discos GLS da região fecharam por causa da linha dura do governo e do aumento da violência. O dono do bar com 9 anos de história, Roman Kochagov,  fala em 70% de público hétero na casa e diz que a comunidade gay na cidade não existe mais. Muitos saíram da Rússia ou tem medo de sair em um lugar gay com medo de serem identificados.

No primeiro fim de semana durante os Jogos Olímpicos de Inverno, um show da casa virou notícia em todo o mundo. De repente, durante a apresentação de uma das drags, o som e as luzes foram cortados, um policial entrou com uma lanterna e começou a ameaçar a plateia e a apontar a luz na cara das pessoas. O homem fardado então puxou sua calça e camisa e ficou apenas de cueca, e começou a dançar ao som de “I like the way you move”. O público, até então tenso e assustado, foi ao delírio. A casa reúne em seu staff garçons que transitam apenas com ombreiras fashion e sunga, drags glamorosas e ambiente chique decadente com bandeiras do arco-íris e fotos de modelos masculinos de cuecas. A casa abre diariamente das 19h às 7h como bar com shows e aos fins de semana tem DJs e pista. Para entrar na casa é preciso ter mais de 21 anos.

O lugar é discreto, próximo a rua da orla, com vista para o Mar Morto, sem placas, pois desistiram de tanto que foram depredadas, vizinho a clubes de strips de mulheres. Talvez a Mayak ainda esteja aberta para ajudar na propaganda do governo, mostrar que a homofobia não é tanta e ainda há alegria gay no país. Um ambiente que não condiz com a realidade russa de medo e opressão. Vai ver por isso os gays não frequentam mais o lugar que faz a alegria de héteros e turistas, alheio ao mundo real do lado de fora.



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