Pastor Silas Malafaia perde em segunda instância ação contra ex-presidente da ABGLT
Malafaia perde ação contra Toni Reis
O Colégio Recursal do Rio de Janeiro negou na última quarta-feira, 29 de janeiro, o provimento ao recurso do pastor Silas Malafaia em processo movido contra Toni Rei, ex-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). “Estou muito feliz com a decisão da Justiça. Caso ele recorra, nós vamos até as cortes internacionais”, diz Toni Reis.
Em 2011, Malafaia havia movido uma ação contra Toni por ter se considerado “ofendido” em razão do ofício que a ABGLT, então presidida por Reis, enviou ao Ministério Público Federal solicitando que averiguasse se era cabível a aplicação de eventual pena contra o pastor. Malafaia disse no programa de televisão “Vitória em Cristo” que era para a Igreja Católica “entrar de pau” e “baixar o porrete” nos “caras da Parada gay” de São Paulo por ele ter considerado que eles teriam “ridicularizado” os santos católicos.
“O Colégio questionou o pastor em que ponto caberia ofensa em apenas questionar o MP se ele estava comentando um crime ou não, e foi decidido que não. Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia, cabe às autoridades investigarem se é cabível ou não”, explica o advogado Paulo Iotti, que defendeu Toni no julgamento. O advogado ainda afirma que Malafaia não conseguiu demonstrar como o exercício regular do direito de denúncia poderia ser considerado “criminoso”.
Iotti explica que Malafaia pode recorrer para o Supremo Tribunal Federal (STF), “mas isso não é previsto, já que o STF só analisa casos que sejam relevantes para a sociedade. Como foi algo que o pastor moveu, não creio que ele vá recorrer. Já se fosse uma partida do Toni, até poderia”.
Em 2011, Malafaia disse à revista “Época” que nunca mandou ninguém bater em homossexuais “porque não sou imbecil e nem idiota. Eu vou arrebentar o Toni Reis. Eu não tenho advogado de porta de xadrez (cadeia). A minha banca aqui de advogados é uma das maiores que tem. Eu vou fornicar esse bandido,esse safado.`
Uma semana depois de assassinato de gay em São Paulo, mais um novo ataque
Dois menores e quatro adultos foram detidos neste Domingo e confessaram ter espancado Bruno Borges de Oliveira, 18 anos (foto), no bairro Bela Vista, próximo à Av. Augusta, no último domingo, dia 25, em São Paulo. O estudante morreu devido aos ferimentos causados por pancadas em sua cabeça. A princípio, foi divulgada a suspeita de um roubo mas a polícia afirma que os rapazes confessaram que o ataque foi motivado pela orientação sexual do jovem e que visavam assaltar vítimas homossexuais na região, a qual espancavam. Eles ainda confessaram outro ataque realizado horas antes. O celular e o tênis do jovem foram roubados.
Neste fim de semana, outro jovem foi espancado em São Paulo por ser gay. “É, entrei pras estatísticas. acabei de ser espancado na Augusta. A pergunta q nao quer calar: por que? Eu estava indo pra minha casa. Tinha sido um dia lindo. Novamente por que? Me sinto humilhado” afirmou Juliano Zequini Polidoro no Facebook. O ataque ocorreu por volta das 3h da manhã deste Domingo, dia 2, na mesma região.
NOTA DO EDITOR: Aparentemente, a polícia não está conseguindo diminuir os ataques a homossexuais na cidade de São Paulo. Apesar de considerados fatos isolados, fica claro que as seguidas mortes e ataques na cidade apontam uma cultura de violência gratuita contra homossexuais na metrópole que se diz a mais tolerante do país. São muitos casos e quantos ainda não são de conhecimento da imprensa. Uma morte não deve ser vista com frieza, banalizando a vida humana, não apontada como caso isolado, pois são casos reais, de um problema real que merece maior empenho em seu combate. A comunidade gay paulistana deve se organizar melhor, criar mecanismos de segurança coletiva, como rotas seguras e vigilantes particulares. Mais uma morte não pode ser ignorada.
Assassinos
Delegado prende irmãos acusados de matar gays em Manaus
Os irmãos Jucenildo e Ricardo Damascena
O delegado Orlando Amaral, titular da Delegacia Especializada Em Roubos e Furtos (DERF), descreveu os criminosos como "maníacos" e "extremamente frios".
A dupla de irmãos é suspeita de matar ainda outros nove homossexuais. De acordo com as investigações, todos foram assassinados do mesmo modo: estrangulamento seguido de pauladas.
“Eles se relacionavam com as vítimas e, após praticar o roubo, matavam para não serem descobertos”, declarou o delegado.
Os dois foram presos nesta semana, localizados no bairro Santa Etelvina, Zona Norte de Manaus. Durante a apresentação, Ricardo Damascena deixou clara sua atitude homofóbica ao relatar o que motivou o crime.

Steve Host da Costa Barros: uma das vítimas dos irmãos
“Matei ele porque era ‘veado’ e não pagou o que devia. Ele me prometeu dinheiro, disse que se eu largasse o emprego me daria muito. Não me arrependo. Morreu, morreu. É menos um gay", declarou o acusado.
Apesar da atitude da dupla demostrar crime de ódio, o caso será investigado como crime de latrocínio. Foram encontrados com os irmãos Jucenildo e Ricardo, o tênis, o celular, a máquina filmadora e um notebook da vítima.
Policia Civil de São Paulo prende grupo que confessa praticar crimes homofóbicos na capital

Grupo é preso em São Paulo
A Polícia Civil de São Paulo prendeu no último domingo, 2 de fevereiro, um grupo de seis jovens skatistas entre 16 e 23 anos que confessou praticar crimes homofóbicos. “Eles escolhiam as vítimas por serem gays. Fazia parte do ritual de humilhação subtrair os bens da vítima”, diz o delegado Ruy ferras Fontes, do Deic em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
De acordo com a Polícia, uma das vítimas foi o auxiliar administrativo Bruno Borges de Oliveira, 18 anos, que morreu no dia 26 de janeiro em decorrência de ferimentos causados por chutes, socos e golpes de skate na cabeça. O grupo de jovens frequentavam conhecidos redutos gays como a região das ruas Augusta e Frei Caneca. Eles andavam de skate na Praça Roosevelt.
Foram presos o gaúcho Leonardo da Rosa, 23, um dos líderes do grupo, Everton José Teodoro de Souza, Gabriel Leal Noronha e Daniel Henrique da Silva, todos de 20 anos, além de dois adolescentes, que já foram encaminhados para a Fundação Casa.
Para a polícia, os jovens são suspeitos de “muitos” outros ataques na região. Vale lembrar que mesmo com indícios de que o caso de Bruno Borges foi motivado por homofobia, ele foi registrado como latrocínio.
Edson Neri: 14 anos e muitas mortes depois

Em 06 de fevereiro de 2000, um assassinato chocou o país. O adestrador de cães Edson Neri da Silva, 36 anos, andava na Praça da República no Centro de São Paulo quando foi atacado por um grupo de skinheads autointitulados “Carecas do ABC”. Ele estava de mãos dadas com seu companheiro, Dario Pereira Netto, e isso bastou para insuflar um ódio mortal. Correntes e socos ingleses foram usados para desfigurar a vítima que foi chutada, pisoteada e espancada por um grupo de mais de 30 homens e mulheres. Edson morreu no local.
Graças a um vendedor que passava pelo local que seguiu os agressores, a polícia prendeu o grupo que comemorava o ataque em um bar. Ao total, 18 pessoas foram indiciadas, incluindo duas mulheres, todos foram liberados e responderam em liberdade. Com a redução das penas já brandas, apenas três foram condenados a reclusão, nenhum deles se encontra preso hoje por causa do crime. A repercussão rendeu prêmios a jornais e virou manchete internacional. Hoje, resta do caso apenas a intenção de um monumento em sua homenagem na Praça da República e algumas matérias e sites antigos. O instituto que leva seu nome, uma ong gay, resiste ao tempo e às dificuldades.
Edson Neri é considerado o marco zero na medição dos crimes homofóbico no país. De lá para cá, durante 14 anos, o Grupo Gay da Bahia registrou mais de 2 mil assassinatos de homossexuais, a maioria deles com requintes de crueldade. Apesar da contagem ter iniciado um ano antes, a morte de Edson foi a que mais causou comoção e é um símbolo da militância. Diferente dos EUA e do Chile que criaram leis contra homofobia e crimes de ódio depois de apenas um assassinato emblemático, no Brasil, parece não haver número que faça a sociedade enxergar esta demanda.
São 14 anos e muitas mortes na mesma região e por todo o país, que poderiam ser evitadas com Educação, leis e uma maior divulgação do tema.
Clínicas tratam gays na China com choques

Pequim – Zang se submeteu a choques elétricos nos genitais, enquanto assistia a filmes pornográficos. O procedimento é um dos mais extremos adotados na China para “corrigir” a orientação sexual. “Achava que tinha que tentar para ver se havia possibilidade de me tornar uma pessoa normal”, declarou o jovem de 25 anos, que preferiu revelar apenas o sobrenome. Ele escolheu recorrer a esse método para “não decepcionar sua família”. Na China, a relação entre pessoas do mesmo sexo ainda é um tabu e considerado uma desonra. “Quando reagia às imagens, levava um choque elétrico”, pouco intenso, mas doloroso, lembra Zhang. Ele mesmo pagou pelas sessões, após chegar à conclusão de que assumir sua homossexualidade era difícil demais.
Em 2001, as autoridades chinesas retiraram oficialmente a homossexualidade da lista de doenças mentais e, com o passar dos anos, os gays foram se tornando mais aceitos na sociedade, sobretudo entre os jovens e nas grandes cidades. No entanto, a pressão familiar e os resquícios da uma cultura tradicionalista são fortes. Como filhos únicos, acabam se resignando a casar para permitir aos pais ter um neto.
A maioria dos especialistas em medicina considera que as “terapias de conversão”, praticadas em todo o mundo desde o início do século 20 por psicanalistas e médicos para “curar” a homossexualidade, são ineficazes e até mesmo perigosas. Porém, esse tipo de “tratamento” continua crescente em todos os continentes.
Clínicas chinesas admitem propor soluções “de reajuste da sexualidade”, usando tratamentos químicos, hipnoses ou choques elétricos. Em Pequim, o centro de ajuda psicológica Haiming até promove a atividade: “Depois de cada choque, o paciente interrompe seus pensamentos e se distancia dos seus fantasmas”, explica em sua página na internet.
As “terapias de conversão” foram condenadas em 2009 pela Associação de Psicologia Americana, que considera que esse tipo de tratamento pode criar traumas, e pela Organização Mundial da Saúde, para a qual carecem de justificativa médica e são “eticamente inaceitáveis”. Os ativistas chineses tentam passar a mensagem. Para o Centro LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) de Pequim, esses tratamentos causam “danos graves à saúde física e mental, e pioram a falta de autoestima”.
Dois ativistas vinculados ao Centro LGBT, organização financiada pelas embaixadas dos EUA e do Reino Unidio, colocaram em frente a uma clínica em Pequim um cartaz no qual se lê: “A homossexualidade não é uma doença”. A campanha tem o objetivo de ampliar o debate e vislumbram a possibilidade de que o governo revogue as licenças desses centros supostamente “médicos”.
No caso de Zhang, o tratamento com choques elétricos ao qual se submeteu há três anos o fez perder a libido e o mergulhou em uma depressão. Segundo ele, depois da terapia vieram a perda do emprego, as dívidas para pagar os gastos médicos e os pensamentos suicidas. “Sentia dor de cabeça, não aguentava mais, só queria morrer, que todo acabasse de uma vez.” Com o tempo, ele se deu conta de que não podia fazer nada para mudar de orientação sexual e revelou sua opção sexual para seu pai. “Ser gay não é tão terrível”, diz.
Médico gay vai participar de programa de TV que propõe 'cura' da homossexualidade

Médico e apresentador britânico homossexual vai submeter-se a controversos tratamentos no programa Cure Me, I'm Gay, que será emitido pelo Channel 4, no Reino Unido.
Ainda não se sabe a sua data de estreia, mas o documentário, que conta com a participação do médico Christian Jessen, já está a causar polémica.
Apresentador de Embarassing Bodies, Jessen vai ser a cobaia do novo formato do Channel 4, Cure Me, I'm Gay, que pretende testar uma série de tratamentos para "curar" a sua orientação sexual.
Para garantir que o médico não está a ocultar a sua homossexualidade, após os procedimentos, o documentário vai ainda utilizar um mecanismo para medir os estímulos sexuais de Christian Jessen.
Ativista dos direitos dos homens, Peter Lloyd já veio a público dar a sua opinião sobre o controverso documentário. "É ótimo que se produza este documentário, mas não pelas razões que se possa pensar. Se for feito corretamente, irá mostrar que tentar alterar a orientação sexual de uma pessoa é totalmente em vão", explicou, em declarações ao Daily Mail. "A medicina não pode, nem deve, alterar a orientação sexual de alguém. É a homofobia que deve ser eliminada, não a homossexualidade. Para além disso, a medicina tem outros assuntos com que se ocupar", atirou ainda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário