quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Giro dos famosos

Abriu a porta?
Jornal afirma que Rodrigo Simas assumiu para família que é gay




Após boatos, o Diário do Pará TDB por Aí publicou uma edição do jornal com Rodrigo Simas estampando a capa e o título "Rodrigo Simas, de Além do Horizonte, assume para a família que é gay".

Além de citar a briga com o amigo Ycaro Tavares, amigo de longa data do ator, a publicação afirmou que Simas "saiu do armário juntando os pontos de alguns fatos acontecidos anteriormente.




"A colunista Fabiola Reipert publicou uma nota em seu blog dando postas de que o ator Rodrigo Simas teria assumido ser gay para a família", aparece na nota. "Em uma conversa recente com o jornal Extra, porém, Beto Simas, pai do ator, falou pela primeira vez sobre os rumores de que o filho seja homossexual. 'As pessoas só veem o lado negativo das coisas. Meu filho é muito seguro quanto à orientação sexual e isso nunca foi uma questão', disse, sem negar ou assumir boatos."

Jornal afirma que Rodrigo Simas é gay e provoca reação de fãs




As fãs do ator Rodrigo Simas ficaram indignadas no último fim de semana depois que o jornal “O Diário do Pará” publicou na capa que ele supostamente havia assumido ser gay para a família. A publicação ganhou rápida repercussão nas redes sociais, ficando entre os assuntos mais comentados do Twitter, e deixou muita gente com uma pulga atrás da orelha.
 
“A colunista Fabiola Reipert publicou uma nota em seu blog dando pistas de que o ator Rodrigo Simas teria assumido ser gay para a família”, afirma a nota do jornal, que também cita as fotos divulgadas no jornal “Extra” — em que o galã aparece em uma discussão com o também ator Ycaro Tavares — e uma recente declaração em que o pai dele disse que o filho é “seguro” com sua orientação sexual.



Rodrigo, por sua vez, não foi consultado pela reportagem do jornal para confirmar a informação. Mesmo assim, a publicação rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais e foi compartilhada por milhares de fãs do artista. “Rodrigo Simas é gay? Que desperdício!”, escreveu uma fã no Twitter. Já outros, ficaram revoltados. “O Rodrigo Simas é gay? Acabou o meu sonho de ficar com ele”, escreveu outra garota na rede social.
 
VEJA A NOTA ANTERIOR DO EXTRA:
Com direito a choro, Rodrigo Simas briga e se reconcilia com amigo no meio da rua





O ator Rodrigo Simas, que atualmente interpreta o personagem Marlon na novela “Além do Horizonte”, foi flagrado num momento que chamou atenção, no Rio.
 
De acordo com o jornal “Extra”, Rodrigo estava junto com um grupo de amigos na rua e passou boa parte da noite discutindo com o também ator Ycaro Tavares. Alguns amigos do grupo tiveram que intervir na conversa dos dois.
 
Depois de um tempo, eles acabaram se reconciliando. Ycaro caiu no choro e precisou ser consolado por Rodrigo. No final das contas, a diversão voltou à reunião de amigos, que também contou com a atriz Giovanna Lancellotti, Bruno Gissoni, irmão de Rodrigo, e sua namorada Yanna Lavigne.
 
Ycaro Tavares também é ator e atualmente é aluno da Escola de Atores Wolf Maya.


VEJA DECLARAÇÃO DO PAI APÓS BOATOS
 
“Ele é muito seguro quanto a sua orientação sexual”, diz pai de Rodrigo Simas



O pai do ator Rodrigo Simas falou pela primeira vez sobre os rumores de que o filho seria homossexual. Em entrevista ao jornal “Extra” desta quarta (12), o capoeirista e ator Beto Simas afirmou que o filho é “muito seguro quanto a sua orientação sexual”.
 
“As pessoas só veem o lado negativo das coisas. Mas meu filho é muito seguro quanto a sua orientação sexual e isso nunca foi uma questão [...] Quem está nessa, sofre mais com esse tipo de julgamento. Mas o importante é não se afetar”, afirmou Beto.
 
Os rumores sobre a sexualidade de Rodrigo Simas ganharam força após o rapaz ser flagrado discutindo com o também ator Ycaro Tavares, aluno da Escola de Atores Wolf Maya. A briga entre os dois terminou em lágrimas e troca de carícias.
 
Vale lembrar que Beto Simas é padrasto de Bruno Gissoni, atualmente no ar em “Em Família”, e pai de Felipe Simas, que deve estar na próxima temporada de “Malhação”.

Mundo gay

MEDALHA DE OURO-Relatório indica que um LGBT é morto a cada 18 horas no Brasil, o país mais homofóbico do mundo



Grupo Gay da Bahia (GGB) divulga mais um Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais no Brasil (LGBT), agora relativo ao ano de 2013. Foram documentados 312 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, incluindo uma transexual brasileira morta no Reino Unido e um gay morto na Espanha. Um assassinato a cada 28 horas!

Um pequeno decréscimo (-7,7%) em relação ao ano passado (338 mortes), mas um aumento de 14,7% desde a posse da presidente Dilma.  O Brasil continua sendo o campeão mundial de crimes homo-transfóbicos: segundo agências internacionais, 40% dos assassinatos de transexuais e travestis no ano passado foram cometidos no Brasil.

Pernambuco e São Paulo são os Estados onde mais LGBT foram assassinados e Roraima e Mato Grosso são os Estados mais perigosos para esse segmento. Manaus e Cuiabá foram as capitais onde se registraram mais crimes homofóbicos, sendo o Nordeste a região mais violenta, com 43% de “homocídios”.

Os Estados menos violentos foram o Acre, sem notificação de mortes de homossexuais nos últimos três anos, seguido do Amapá e do Espírito Santo, respectivamente com 1 e 2 ocorrências. 2014 começa ainda mais sangrento: só em janeiro foram assassinados 42 LGBT, um a cada 18 horas.

Como nos anos anteriores, o Nordeste confirma ser a região mais homofóbica do Brasil, pois abrigando 28% da população brasileira, aí se concentraram 43% das mortes, seguido de 35% no Sudeste e Sul, 21% no Norte e Centro Oeste. Embora Manaus (2 milhões de habitantes) tenha sido a capital onde foi registrado o maior número de crimes homofóbicos (12), número altíssimo se comparado com os 5 de  São Paulo capital (12 milhões de habitantes), em termos relativos, Cuiabá é a capital mais homofóbica do Brasil, com 17,6 homicídios para quase 570 mil habitantes, seguida de João Pessoa, com 14,3 mortes para 770 mil. Palmas ocupa o terceiro lugar, com 11,6 assassinatos para 257 mil habitantes, enquanto São Paulo  teve 5 mortes de LGBT, o que representa 0,42 para 12 milhões de moradores.

Os gays lideram os “homocídios”: 186 (59%), seguidos de 108 travestis (35%), 14 lésbicas (4%), 2 bissexuais (1%) e 2 heterossexuais. Nessa lista foram incluídos 10 suicidas gays que tiveram como motivo de seu desespero não suportar a pressão homofóbica, como aconteceu com um gay de 16 anos, de São Luís, que se enforcou dentro do apartamento “por que seus pais não aceitavam sua condição homossexual”.

O Brasil confirma sua posição de primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos homo-transfóbicos, concentrando 4/5 de todas execuções do planeta. Nos Estados Unidos, com 100 milhões a mais de habitantes que nosso país, foram registrados 16 assassinatos de transexuais em 2013, enquanto no Brasil, foram executadas 108 “trans”. O risco, portanto, de uma travesti ser assassinada no Brasil é 1280 vezes maior do que nos EUA.

O GGB, que há mais três décadas coleta informações sobre homofobia no Brasil, denuncia a irresponsabilidade dos governos federal e estadual em garantir a segurança da comunidade LGBT: a cada 28 horas um homossexual brasileiro foi barbaramente assassinado em 2013, vítima da homofobia. E 2014 começa ainda mais sanguinário: só neste último Janeiro foram documentados 42 homicídios, um a cada 18 horas

Segundo o coordenador da pesquisa, Luiz Mott, antropólogo da Universidade Federal da Bahia, “a subnotificação destes crimes é notória, indicando que tais números representam apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, já que nosso banco de dados é construído a partir de notícias de jornal, internet e informações enviadas pelas ONGs LGBT”.

Perfil das vítimas

Quanto à idade, 7% dos LGBT tinham menos de 18 anos ao serem assassinados, sendo o mais jovem uma travesti de 13 anos, da zona rural de Macaíbas (RN). Foram registrados também 10 casos de suicídio de LGBT em 2013. 31% das vítimas tinham menos de 30 anos e 10% mais de 50. A faixa etária que apresenta maior risco de assassinato (55%) situa-se entre 20-40 anos.
A pesquisa completa pode ser conferida no homofobiamata.wordpress.com.

Rússia veta adoção a cidadãos de países que admitem união gay, inclusive o Brasil




A Rússia impôs restrições às adoções de crianças russas por cidadãos de países onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado, segundo uma nota publicada nesta quinta-feira na página oficial do governo. 
A lei, assinada pelo primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, estabelece que "pessoas do mesmo sexo casadas conforme a legislação dos países que permitem esse tipo de união, assim como aqueles que forem solteiros", não poderão adotar crianças russas. 
A medida, de acordo com nota explicativa do governo, tem como objetivo implementar as modificações das normas de adoções referendadas na lei aprovada em junho do ano passado pelo Parlamento da Rússia e que incluiu este preceito no Código de Família. 
"O cumprimento desta disposição ajudará a aperfeiçoar o procedimento de entrega de crianças a famílias de cidadãos da Federação Russa e estrangeiros, assim como a garantir a defesa dos direitos e interesses destas crianças", acrescentou a nota governamental. 
A nova legislação russa afeta 15 países: Brasil, Holanda, Bélgica, Espanha, Canadá, África do Sul, Noruega, Suécia, Portugal, Islândia, Argentina, Dinamarca, Uruguai, Nova Zelândia e França. 
Para facilitar o trâmite de adoção, o governo eliminou o requisito que obrigava a apresentação de uma certidão técnico-sanitária da residência dos futuros pais adotivos. 
Além disso, foi reduzido de 15 a 10 dias o prazo para os órgãos de tutela de menores determinarem se os solicitantes estão aptos para adotar. 
De acordo com dados oficiais, no dia 1º de janeiro deste ano havia no país 106.646 órfãos ou crianças sem a tutela dos pais contra os 140.355 registrados em 2009, o que representa uma diminuição de 36%.

ÁFRICA- Lei Homofobia
Nova lei prevê prisão perpétua a homossexuais na Uganda, após conclusão cinetífica


O presidente da Uganda, Yoweri Museveni, diz que lei poderá proteger mais vulneráveis


O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, assinará a lei que prevê prisão perpétua para quem realizar determinados atos sexuais com pessoas do mesmo sexo, depois que cientistas ugandenses tiverem determinado que a homossexualidade "não é genética", mas uma conduta social "anormal".

Museveni decidiu sancionar a Lei Homofobia, aprovada pelo Parlamento ugandense em dezembro passado, após conhecer o relatório de um painel de especialistas que elucida "se pode-se ou não nascer homossexual", informa hoje o jornal local New Vision. "Definitivamente, não há uma responsabilidade genética para a homossexualidade", concluíram 14 cientistas convocados pelo Ministério da Saúde ugandense para assessorar Museveni sobre a relação entre a genética e a homossexualidade.

O relatório, encomendado após várias críticas recebidas pela comunidade internacional e organizações defensoras dos Direitos Humanos, sustenta que "a homossexualidade não é uma doença, simplesmente um comportamento anormal que é aprendido através das experiências da vida. Há um pequeno número de pessoas com tendências homossexuais em cada sociedade", diz o texto.

Manifestante usa peruca e óculos coloridos em protesto no Quênia contra as medidas homofóbicas de Uganda no dia 10 de fevereiro.


Manifestante usa peruca e óculos coloridos em protesto no Quênia contra as medidas homofóbicas de Uganda no dia 10 de fevereiro.


Os especialistas escolhidos pelo governo ugandense analisam que a homossexualidade pode ser influenciada por fatores ambientais como a cultura, a religião e a pressão social. "Essa prática precisa ser regulada e legislada como qualquer outro comportamento humano, sobretudo para proteger os mais vulneráveis", defendem.

Um dos conselheiros médicos, Richard Tushemereirwe, adverte no documento que a orientação homossexual "tem graves consequências sobre a saúde e, portanto, não deve ser tolerada".

Os cientistas opinam, além disso, que não há necessidade de coordenar estudos concretos sobre homossexualidade no contexto africano.

Museveni confirmou ontem aos deputados, que apoiaram majoritariamente a nova legislação, que assinará a "Lei Homofobia", informou o porta-voz do governo, Ofwono Opondo, através de sua conta no Twitter.

A homossexualidade já era tipificada em Uganda como crime, mas a nova lei endurecerá as penas previstas para a comunidade gay.

Atualmente, muitos países africanos consideram ilegal a homossexualidade, e as autoridades, como nos casos de Uganda e do Zimbábue, já fizeram declarações bastante agressivas contra esses grupos.

Gays e lésbicas do Quênia fizeram manifestação em solidariedade aos homossexuais de Uganda que sofrem repressão do Governo

O DF registra a maior taxa de uniões gays do país e um dos menores índices de homofobia


O casamento de Luiz Felipe e Alécio Guimarães: à esquerda dos noivos, Luiz Nivaldo e Rosane, os pais de Luiz Felipe. À direita, Maria Cristina Guimarães, a mãe de Alécio, e Mendel Rabinovitch, o pai afetivo. Sentados, Grabriela e Patrick, dama de honra e pajem da cerimônia (Foto: Sérgio Velho Jr. / Acervo Pessoal)


O escritor Nelson Rodrigues (1912-1980) assegurava que só se ama uma vez na vida. Quem não acredita nessa premissa, segundo ele, ainda não conhece o verdadeiro amor. Na primavera de 2008, o diplomata Luiz Felipe Czarnobai, de 27 anos, encontrou em Brasília o seu par definitivo, o oficial de chancelaria Alécio Guimarães, de 39. Quatro anos depois, eles tiveram a coragem de se casar numa cerimônia com toda a pompa que a ocasião pede. A união foi registrada em cartório, sacramentada por um juiz de paz e contou com a presença de parentes dos noivos, inclusive os pais, que subiram ao altar e posaram para a foto ao lado. No mês de maio, eles comemoram bodas de algodão.
 
Ao pesquisar dados nacionais e conversar com doze casais gays unidos de papel passado na capital, VEJA BRASÍLIA confirmou que a nossa cidade se tornou um aprazível recanto para quem deseja oficializar uma relação homoafetiva no país. Durante o Censo de 2010, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) perguntou à população sobre quem no DF vivia uma relação estável com outra pessoa do mesmo sexo. Eis que 1?489 indivíduos levantaram a mão. Nessa contagem, a capital ficou atrás apenas da cidade do Rio de Janeiro. Pelos números da Associação dos Notários e Registradores do Brasil, 180 pares de pessoas do mesmo sexo (com ampla maioria formada por homens) procuraram os cartórios do Plano Piloto para oficializar a união desde maio do ano passado, quando o Supremo TribunalFederal (STF) equiparou a relação homossexual à heterossexual. Considerando a devida proporção, com 6,5 enlaces para cada 100?000 habitantes, o Distrito Federal lidera o ranking do país nesse tipo de matrimônio. Na sequência aparecem o Rio, exibindo 5,2 casamentos por 100?000 moradores, e a capital paulista, com taxa de 3,7.


Essa vocação de Brasília como um destino cor-de-rosa para a comunidade gay nacional não é algo que brotou do dia para a noite. Na década de 60, em pleno regime militar, o cantor Ney Matogrosso morou aqui, quando era funcionário do Hospital de Base. Tempos mais tarde, chegou a declarar que sentia a cidade como “uma das mais libertadoras” em que viveu. Mas nem tudo eram flores, e casos de discriminação salpicavam em alguns lugares. Ainda no longínquo ano de 1978, um casal de homens resolveu se beijar no Beirute da 109 Sul e recebeu, depois do ato, um pedido de um garçom para que eles se retirassem do local. O troco, porém, veio rápido. No dia seguinte, vinte casais foram até o estabelecimento e promoveram o primeiro beijaço gay do DF. “A cidade já demonstrava naquela época que seria vanguarda na libertação sexual dos gays. Nos anos 80 já nos beijávamos na calçada do Conic”, lembra o diretor teatral Alexandre Ribondi, de 69 anos, um dos fundadores do extinto Grupo Homossexual Beijo Livre. Para o consultor de eventos César Serra, que realizou seis casamentos homoafetivos em 2013, essas conquistas foram reforçadas pelo fato de Brasília, historicamente, ter uma população com bom grau de instrução e alto poder aquisitivo. Na leitura dele, outro traço comum na constituição da sociedade local, o grande fluxo de pessoas chegando sozinhas para trabalhar na cidade, teria propiciado mais autonomia e confiança aos que desejavam viver relações homossexuais. “Muitos casamentos gays celebrados aqui são de indivíduos de outros estados, que tiveram a chance de encontrar em terras candangas o seu par ideal.”
 
Um simples carinho

Rayanede Souza e Raíssa Rocha: cotoveladas na cama e juras de amor eterno (Foto: Roberto Castro)

Apesar de terem toda a vida pela frente, as designers Rayane de Souza, de 22 anos, e Raíssa Rocha, de 23, estão amando e juram que esse sentimento é eterno. Elas terminavam relacionamentos conturbados quando se conheceram na faculdade, em 2009. Com o perdão do clichê, foi amor à primeira vista. Desde que se beijaram numa festa de amigos, não se desgrudaram mais. “Nunca imaginei que fosse tão fácil encontrar a mulher da minha vida”, diz Rayane. Há seis meses, compraram alianças e passaram a morar juntas. “Ainda estamos em processo de adaptação. A minha esposa é muito espaçosa na cama e sempre acordo no meio da madrugada com uma cotovelada na costela ou um soco na cara”, conta, rindo. Raíssa pede desculpas pelos sopapos noturnos com uma declaração de amor. “Teu olhar de menina me faz voar para um lugar lindo”, derrete-se. As duas vão ao cartório ainda neste ano registrar a relação. “Antes, achava que conhecia o amor. Estava enganada. Nunca tinha amado de verdade”, admite Rayane. O maior prazer do casal é ficar em casa. “Poucas pessoas sabem o valor de um simples carinho”, diz Rayane.
 
Um vazio na casa e no coração
 
Mãe não se prepara para o dia em que o filho deixa o lar

Jane: a união do filho Ricardo Lucas (à dir. na foto menor) com Armando Abranches teve a sua bênção 


A psicóloga Jane Vasconcelos atende jovens que são rejeitados pela família por causa da orientação sexual. Com dois filhos gays, ela não enfrentou conflitos desse tipo. Nem por isso deixou de sofrer. Quando o filho mais velho, Ricardo Lucas, de 28 anos, saiu de casa para se casar com Armando Abranches, ela sentiu um baque emocional. Agora é o mais novo, Paulo Mateusz, de 20, que se prepara para voo-solo.
 
Tenho apenas dois filhos jovens e ambos são gays. Quando alguém me pergunta se eu os acolhi quando descobri que eles gostam de homens, sempre respondo: esse acolhimento existe desde o dia do nascimento deles. E não falo isso porque sou psicóloga. Antes de tudo, sou mãe. O que importa mesmo são os valores nobres que passei a eles, como caráter, ética e respeito mútuo. Meu filho Ricardo tinha 17 anos quando deixou de namorar meninas e passou a se envolver com rapazes. Mas isso não me trouxe nenhum tipo de sofrimento. Comecei a padecer mesmo foi quando ele saiu de casa para se casar. Até hoje ele não sabe disso, mas, enquanto ele empacotava cada caixa no dia da mudança, eu sentia uma dor causada por tristeza. Ainda me pego pondo no carrinho do supermercado coisas que ele gostava de comer. Logo me dou conta de que ele não mora mais comigo e devolvo os produtos à prateleira. A maioria dos gays jovens sofre rejeição na escola e na rua a cada instante. No seio familiar, temos obrigação de aceitá-los do jeito que eles são. Eu sei que é difícil por uma série de fatores, como religião e cultura. Mas é nossa obrigação entendê-los. Hoje sinto falta dos dias em que o Ricardo deitava a cabeça no meu colo e pedia dengo. Agora já me preparo psicologicamente para o dia em que o meu filho mais novo, Paulo, me deixará para viver o sonho de trabalhar com cinema. Sentirei na pele o vazio da casa e do meu coração. Queria lhe dizer, Ricardo, que aprendi muito com a sua perseverança e com a sua força de vontade para o trabalho. O seu casamento tem a minha bênção, meu filho.
 
Jane Vasconcelos
 
Apesar desse aparente clima vanguardista, nem a capital federal nem o Brasil são pioneiros na aceitação jurídica das uniões homoafetivas. O primeiro país a autorizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo foi a Holanda, em 2001. Em 2003, a vizinha Bélgica garantiu o mesmo direito, seguida, em 2005, pela Espanha. Nosso país, no ano passado, tornou-se a 14ª nação a fazer parte dessa lista. Dentro do contexto nacional, não parece exagero dizer que Brasília ganhou status de uma São Francisco, cidade americana famosa como destino gay friendly. Foi, aliás, nos Estados Unidos que o chamado “movimento gay” nasceu e se consolidou, especialmente a partir de 1969, após a chamada Rebelião de Stonewall (nome de um bar em Nova York), quando homossexuais se rebelaram contra a polícia local, que costumava agir com violência desmedida e de forma discriminatória. O dia do levante, 28 de junho, virou data oficial de passeatas mundo afora, e elas costumam envolver milhões de pessoas. A que ocorre em São Paulo desde os anos 90 se mostrou tão importante que daqui a duas semanas será citada no Sambódromo carioca como parte do enredo da Mangueira sobre festas brasileiras — a escola de samba levará uma grande bandeira de arco-íris para a avenida. Parece haver, sim, bons ventos para a causa gay. Nesse sentido, Brasília, com suas particularidades favoráveis à causa, de certo modo acompanha um impulso que tem características mundiais, e que não por acaso foi parar na faixa nobre da TV, com um beijo sendo dado, em close, no último capítulo da novela das 9.
 
Tentei, mas me faltou coragem
Professor de 29 anos revela à mãe, em carta aberta, que é gay
 

Sann Marcuccy: alívio ao contar que gosta de homens


Até os 18 anos, o professor universitário e estilista Sann Thiago Marcuccy namorava apenas meninas. No início da vida adulta, começou a sentir atração por rapazes. Para viver plenamente a nova fase, resolveu mudar-se para São Paulo em 2003. Três anos depois, voltou para a capital e até agora ele não conseguiu contar à mãe, Maria do Socorro Oliveira, que é gay. Ao saber por amigos que VEJA BRASÍLIAestava produzindo uma matéria sobre casais de mesmo sexo, Marcuccy, de 29 anos, decidiu escrever uma carta aberta.
 
Mãe, eu sei que a senhora vai ficar chateada por causa da forma que escolhi para lhe contar que eu sou gay. A verdade é que eu tento fazer essa revelação há dez anos. Depois que voltei para Brasília, tentei em três ocasiões lhe contar, mas me faltou coragem. Na última vez que fui à sua casa, estava decidido a olhar nos seus olhos e revelar toda a verdade porque acabei de iniciar um namoro sério. Queria poder compartilhar esse período de felicidade com a senhora. Mas não é fácil. Todos os momentos em que tento começar o assunto, minhas mãos ficam geladas e minhas pernas tremem. Sempre desisto imaginando que a senhora vai chorar e sofrer muito. Queria dizer que eu não escolhi gostar de homens. Posso afirmar que é uma coisa tão natural quanto o pôr do sol, acredite. Quero muito lhe apresentar o meu namorado novo. Ele é bonito, trabalhador, bom-caráter e muito carinhoso. Pode ser o homem da minha vida. Mãe, sinto muito a falta do seu afeto, da época em que morávamos juntos e trocávamos confidências. O tempo passa rápido demais para eu esperar pelo dia em que voltaremos a ser uma família novamente. Olhe, aquele garoto carinhoso e apegado ainda está aqui, louco para cobri-la de beijos. Apesar de gostar de homens, nada mudou, viu? Continuo o mesmo. Só estou lhe dizendo essas coisas todas porque tenho certeza de que a senhora me ama muito. E, se me aceitar, prepare aquela carne moída com legumes que no próximo domingo eu estarei aí.
 
Sann Marcuccy
 
De olho na boa receptividade da cidade, o casal Willy Davis Rocha, de 34 anos, assessor parlamentar, e Franco Boeira, de 27, advogado, adotou a capital como lar. O depoimento dos dois dá indícios de que, no interior e nos rincões mais afastados do país, a vida dos gays ainda não é um mar de rosas. “É como se Brasília nos abençoasse. Hoje, nas nossas cidades de origem, Fortaleza e Campo Grande, não conseguiríamos demonstrar afeto em público sem preocupação. Aqui, vamos ao cinema, jantamos fora e sentimos que as pessoas nos aceitam”, conta Rocha. No próximo ano, os dois, que moram juntos desde 2012, vão se casar ao ar livre. “Em nossos planos, a cerimônia terá um pôr do sol lindo ao fundo”, sonha Boeira. O publicitário Francisco Brasil, de 26 anos, é outro que vislumbra um casamento pomposo com o seu companheiro, Paulo Lara, também de 26, empresário. Ele acha que o melhor palco seria uma chácara no Distrito Federal. “Nenhuma cidade acolhe os gays tão bem quanto Brasília. Aqui, podemos beijar na boca na rua e ninguém nos incomoda”, assegura.
 
Tinha tudo para dar errado




André Lacerda e Tom Siqueira: vida de casados desde o primeiro dia de namoro (Foto: Roberto Castro) Foi tão rápido que ninguém pôs muita fé. Servidor público, Tom Siqueira, de 35 anos, conheceu seu colega de profissão André Lacerda, de 36, numa mesa de bar recifense em 2005. No primeiro encontro, não rolou nem um beijinho. Por força das circunstâncias, Siqueira veio para Brasília e Lacerda mudou-se para São Paulo. O destino, porém, encarregou-se de uni-los pelas redes sociais. Na internet, começou um namoro virtual que parecia não ter muito futuro. Até que uma viagem de Lacerda à capital causou uma reviravolta na vida da dupla. No aeroporto, eles protagonizaram um beijo de novela. Não aquelas bitocas à la Tarcísio Meira. “Foi um beijo bem quente”, define Siqueira. Lacerda deixou tudo para trás e passou a morar com o seu amado no primeiro dia de namoro. “Já começamos casados”, contam. Estão juntos há nove anos, com registro em cartório e tudo. O documento que prova o status de casados tem cinco páginas. Graças a ele, abriram uma conta conjunta, compraram um carro, alugaram um apartamento e conseguiram que um fosse dependente do outro em um plano de saúde. “Não me esqueço do dia em que recebi a carteira na qual consta que sou o esposo dele”, diz Siqueira. Seu parceiro tem guardado até hoje o calor do abraço que recebeu do sogro no último Natal. “Ali, naquele momento, passei a fazer parte da família do meu marido.”
 
Comparada a outras capitais, Brasília ostenta índices baixos de crimes homofóbicos. Recente relatório sobre a violência contra os gays da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República diz que, no período de um ano, foram registrados no DF três homicídios ligados à homofobia. Em todo o país, no mesmo espaço de tempo, ocorreram 310 assassinatos com motivação semelhante. Isso não impede que a capital seja palco de casos de forte repercussão. Na semana passada, o aluno da Universidade de Brasília (UnB) Júnior Lisboa Gomes, de 19 anos, virou notícia ao ter a casa pichada com ameaças de vizinhos do Núcleo Bandeirante. Na terça (11), ele foi à delegacia registrar queixa. Nas mensagens, havia insultos do tipo: “Te pego, sua bicha”. “Queria poder viver em liberdade, sem opressão por causa da minha sexualidade”, desabafa.
 
Apesar dos casos isolados de intolerância, a sociedade brasiliense caminha a bons passos em direção a uma convivência pacífica com os gays — pelo menos essa é a tese da juíza de paz Eunice Pennaforte, uma das mais requisitadas nas celebrações de união civil entre pessoas do mesmo sexo no DF. No ano passado, ela oficializou 960 casamentos e pelo menos 100 deles foram entre homens. “Percebo nas cerimônias que as pessoas estão mais abertas para aceitar a troca de alianças entre iguais”, diz.

Indenização é melhor maneira de combater homofobia no trabalho




Na última semana, o Tribunal Superior do Trabalho de Minas Gerais (TST-MG) tornou pública uma decisão de impacto para os direitos legais da população LGBT. A importância da ação indenizatória se mede mais pelo seu valor simbólico do que pelo financeiro. A sentença determinou que uma empresa mineira indenizasse um casal de lésbicas em R$ 14 mil, sendo R$ 7 mil para cada uma das parceiras, a fim de reparar os inúmeros constrangimentos que as duas passaram no ambiente de trabalho por conta de sua orientação sexual.
Aline Paula Bonna foi a juíza responsável pela decisão. Em entrevista ao iGay, falando pela primeira vez sobre sua sentença, a magistrada destaca o papel educativo que a reparação financeira tem numa situação como essa. "Gostaria que existissem outras medidas, mas tenho percebido que só há resultado concreto quando existe indenização. Só assim as empresas passam a evitar condutas preconceituosas e começam a orientar os empregados e gestores", avalia Aline.
No caso da empresa condenada, as condutas preconceituosas não evitadas foram inúmeras piadas e grosserias que o casal de lésbicas teve de ouvir dos colegas de trabalho. Um motorista da empregadora chegou a dizer que "alguns minutinhos com ele as faria deixar de gostar de mulher". Os nomes das partes não foram revelados porque o processo correu em segredo de justiça.
Segundo a magistrada, a empregadora não pode fazer vista grossa quando uma situação como essa acontece entre os seus empregados, dentro do ambiente de trabalho. "No caso julgado por mim, elas poderiam ter processado as pessoas que as ofenderam, tanto no âmbito civil quanto penal. Mas como estamos falando de uma questão trabalhista, o processo é contra a empresa, algo que é garantido pelos artigos 932 e 933 do Código Civil", explica Aline, que atua na 30ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.
A legislação citada por Bonna prevê punição para a empresa que for omissa ou conivente com um dano moral causado por seus funcionários durante o trabalho. "É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto", aponta a juíza, citando trecho da legislação citada anteriormente.
Presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da OAB São Paulo, a advogada Adriana Galvão conta que apesar dos processos como os do TST-MG não serem incomuns, muitos trabalhadores não denunciam o assédio moral que sofreram por medo der perder o emprego.
"É sabido que o mercado de trabalho está bastante competitivo, então em muitos casos o medo de perder uma oportunidade, de ser demitido ou de ter o 'nome manchado' por um processo trabalhista fala mais alto e as pessoas acabam não denunciando", assinala Adriana.
FALE COM O RH ANTES
Para caracterizar uma ação trabalhista como a do TST-MG é preciso que o constrangimento impelido ao funcionário aconteça repetidamente. "Deve ser um assédio reiterado, que mostre ao juiz um abalo causado no indivíduo", esclarece a advogada da OAB de São Paulo. ............... Obviamente, o assédio deve ser demonstrado com provas. No caso do casal lésbico de Minas, elas foram testemunhais. "As reclamantes autoras do processo levaram uma testemunha que confirmou que houve homofobia", relata a juíza Aline. E-mails e outros documentos também ajudam a caracterizar uma conduta equivocada da empresa ou de um funcionário.
Mas antes recorrer à via judicial, o funcionário pode tentar resolver a questão falando com um superior ou com o departamento de recursos humanos da empresa.
"A discriminação na empresa é geralmente velada. Então, dialogar com um superior ou o com departamento de RH acaba sendo um passo importante", pondera Dimitri Sales, advogado especialista em direitos humanos e colunista do iGay.
FALE COM O RH ANTES
Para caracterizar uma ação trabalhista como a do TST-MG é preciso que o constrangimento impelido ao funcionário aconteça repetidamente. "Deve ser um assédio reiterado, que mostre ao juiz um abalo causado no indivíduo", esclarece a advogada da OAB de São Paulo.
Obviamente, o assédio deve ser demonstrado com provas. No caso do casal lésbico de Minas, elas foram testemunhais. "As reclamantes autoras do processo levaram uma testemunha que confirmou que houve homofobia", relata a juíza Aline. E-mails e outros documentos também ajudam a caracterizar uma conduta equivocada da empresa ou de um funcionário.
Mas antes recorrer à via judicial, o funcionário pode tentar resolver a questão falando com um superior ou com o departamento de recursos humanos da empresa.
"A discriminação na empresa é geralmente velada. Então, dialogar com um superior ou o com departamento de RH acaba sendo um passo importante", pondera Dimitri Sales, advogado especialista em direitos humanos e colunista do iGay.
Boccia descreve um caso em que o preconceito no acabou de uma maneira triste. "A transexual Lunna trabalhava em uma das maiores empresas de telemarketing do País. Após ser proibida de usar tanto o banheiro feminino quanto o masculino, ela foi demitida. Ela processou, ganhou a ação e foi reintegrada à empresa. Mas ela acabou não aguentando a pressão e se suicidou", narra o diretor jurídico, exemplificando os efeitos mais do que nocivos do preconceito.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Mundo gay


RS- Mais um da corja?
Deputado ofende quilombolas, índios, gays e lésbicas: Tudo que não presta!


Deputado Luís Carlos Heinze


Um vídeo, gravado em 29 de novembro de 2013 na cidade de Vicente Dutra, região norte do Rio Grande do Sul, exibe cenas de uma audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara. Debatia-se o acirramento dos conflitos que opõem índios e fazendeiros em várias Estados. A pretexto de defender os interesses dos proprietários rurais, dois deputados federais gaúchos ofenderam minorias, incitaram a violência e atacaram o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República).

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado ruralista Luís Carlos Heinze (PP-RS) disse que, quando precisa impulsionar o crescimento econômico, o governo recorre ao agronegócio, estimulando-o com financiamentos. Em seguida, foi ao ataque: “O mesmo governo, seu Gilberto Carvalho também é ministro da presidenta Dilma. É ali que estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo que não presta, ali está aninhado. E eles têm a direção e têm o comando do governo.”

Noutro trecho do vídeo, dirigindo-se a produtores rurais gaúchos, Heinze ensinou uma tática empregada para defender suas propriedades de investidas indígenas: “…O que estão fazendo os produtores do Pará? No Pará, eles contrataram segurança privada. Ninguém invade no Pará, porque a brigada militar não lhes dá guarida lá e eles têm de fazer a defesa das suas propriedades. Por isso, pessoal, só tem um jeito: se defendam. Façam a defesa como o Pará está fazendo.”

Heinze prosseguiu: “Façam a defesa como o Mato Grosso do Sul está fazendo. Os índios invadiram uma propriedade. Foram corridos da propriedade. Isso foi o que aconteceu aconteceu lá. […] Eles estão se defendendo. Se é isso o que o governo quer, é isso que nós vamos fazer. Resolvemos os sem-terra lá em 2000. E vamos resolver os índios agora, não intressa o tempo que seja.”

O vídeo exibe trechos do discurso de outro parlamentar ruralista, o deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS). Ele também investe contra o ministro Gilberto Carvalho, responsável no Planalto pelos contatos com organizações sindicais e movimentos sociais.

“Por que será que, de uma hora pra outra, tem que demarcar terra de índios e quilombolas?”, pergunta o deputado. “O chefe dessa vigarice orquestrada está na ante-sala da Presidência da República. E o nome dele é Gilberto Carvalho. É ministro. Ele e seu Paulo Maltus [secretário de Articulação Social].”

Alceu Moreira alvejou também uma entidade ligada à Igreja Católica, o CIMI, Conselho Indigenista Missionário: “Por trás dessa baderna, essa vigarice, está o CIMI, que é uma organização cristã, que de cristã não tem nada. Está a serviço da inteligência norte-americana e europeia, para não permitir a expansão das fronteiras agrícolas do Brasil.”

De resto, o deputado peemedebista pronunciou algo muito parecido com uma declaração de guerra: “Nós, os parlamentares, não vamos incitar a guerra. Mas lhes digo: se fartem de guerreiros e não deixem um vigarista desses dar um passo na sua propriedade. Nenhum! Nenhum! Usem todo o tipo de rede. Todo mundo tem telefone. Liguem um para o outro imediatamente. Reúnam verdadeiras multidões e expulsem do jeito que for necessário.”

Levado à internet nesta quarta-feira (12) por um movimento chamado 'Mobilização Nacional Indígena', o vídeo foi reproduzido no site do 'Greenpeace Brasil'. Para a entidade, os deputados “não só incitam a violência contra lideranças indígenas que tentam retomar suas terras invadidas por fazendeiros, grileiros e madeireiros, como também insultam gays e lésbicas, e reforçam o discurso inverossímil acerca da demarcação de terras indígenas para o público de produtores rurais''.



BRASÍLIA- Beijaço
Em ato na Câmara, estudantes protestam contra Bolsonaro com beijo gay.



BRASÍLIA - Cinco jovens da União da Juventude Socialista (UJS) protestaram nesta terça-feira, no corredor da presidência da Câmara, contra a possibilidade de o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Com cartazes e palavras de ordem e até mesmo beijos gay entre elas para o registro das câmeras, as estudantes repetiam que não querem "um filhote da ditadura, homofóbico, racista e fascista" presidindo a comissão. Bolsonaro apareceu, logo depois, no Salão Verde, reagiu reafirmando que trabalha para ser o escolhido e minimizando o ato e provocando as estudantes.

"A juventude que foi às ruas em junho do ano passado não quer a retirada de direitos humanos, quer que eles se ampliem. Não somos héteros, nem lésbicas, somos livres. Conversamos com o deputado Vicentinho ( líder do PT), queremos chamar os partidos à responsabilidade para que a comissão não caia em mãos erradas. Bolsonaro é inimigo dos Direitos Humanos. O ônibus que trouxemos para cá foi impedido de entrar na Casa do povo. Essa Casa errou no ano passado e quem pagou foram os movimentos LGBT, os negros", disse Maria das Neves, da UJS.

A ideia era fazer o ato no Salão Verde, mas os seguranças da Câmara impediriam as jovens de ir até o local, por isso, o beijo entre dois casais de meninas aconteceu no corredor da presidência da Casa. As cinco gritavam palavras de ordem contra Bolsonaro:

"Ô liderança, preste atenção. CDH, Bolsonaro não! Racista, homofóbico, fascista. Esse beijo é para você!"

Percebendo a movimentação, Bolsonaro foi até o Salão Verde e começou a falar, coletivamente, com os jornalistas. O deputado afirmou que todos têm direito a tratamento igual e que se ele for presidente da CDH não irá privilegiar as minorias.

"Quando eu defendo pena de morte é para uma minoria que aterroriza a maioria. Aquele vagabundo preso no Rio é um vagabundo, não um excluído. Minha comissão não terá espaço para defender esse tipo de pessoa! Defendo a redução da maioridade (para crimes), planejamento familiar. Uma mulher tem que poder fazer laqueadura com 18 anos", disse Bolsonaro, acrescentando:

"Direitos Humanos não é para vagabundo. Elas podem se beijar à vontade. Minha briga não é contra o homossexual, mas contra o material escolar que estimula o homossexualismo. Por que eu tenho que respeitar homossexuais? Eles é quem têm que nos respeitar!"

Bolsonaro afirmou ainda que presos não têm que ter tratamento humanitário:

"Quem estupra, mata, tem que ir para lá (prisão) sofrer. Pedrinhas é a única coisa boa do Maranhão. É só não matar, estuprar, que não vai para lá. Vai manter esses caras na vida boa?"

Depois de falar com a imprensa, Bolsonaro fez questão de ir ao corredor onde estavam as estudantes e provocá-las. Bateu boca com elas, que gritavam palavras de ordem contra ele, e depois foi embora.

Segundo os líderes, na reunião desta terça-feira ainda não foi discutida a divisão das comissões entre os partidos da Câmara. Ainda há impasse em relação à criação ou não de mais comissões. Há, no entanto, preocupação no PT para evitar o desgaste de Bolsonaro presidir a comissão, depois da situação provocada pela eleição do pastor Marco Feliciano para a vaga, no ano passado.

O PT está preocupado, mas o partido tem interesse em escolher outras comissões, como a Constituição e Justiça e Educação.

"Essa discussão vai ficar para a semana que vem pois ainda há algumas indefinições. Mas estamos preocupados para que nunca mais ocorra o desastre que ocorreu na Comissão de Direitos Humanos no ano passado", disse Vicentinho.

Para escolher a CDH, o PT terá de abrir mão da presidência de outras comissões.

 

Bar gay em Sochi lota durante Jogos de Inverno e contraria homofobia russa


A região de Sochi, balneário russo à beira do Mar Morto, sede das Olimpíadas de Inverno,já foi um verdadeiro paraíso gay e uma região conhecida por sua diversidade e tolerância. Isso antes da perseguição a homossexuais ser apoiada pelo governo de Vladmir Putin, especialmente em seu terceiro mandato, que no ano passado aprovou uma lei que bane qualquer manifestação pública sobre a homossexualidade, com a desculpa de preservar as crianças de relações não convencionais. Mas há um oásis em Sochi para os gays e se chama Mayak Cabaret, um misto de bar com shows de drags e transformistas e pista de dança que tem público misto, com muitos héteros indo assistir os espetáculos. Um lugar que permaneceu enquanto a maioria dos bares e discos GLS da região fecharam por causa da linha dura do governo e do aumento da violência. O dono do bar com 9 anos de história, Roman Kochagov,  fala em 70% de público hétero na casa e diz que a comunidade gay na cidade não existe mais. Muitos saíram da Rússia ou tem medo de sair em um lugar gay com medo de serem identificados.

No primeiro fim de semana durante os Jogos Olímpicos de Inverno, um show da casa virou notícia em todo o mundo. De repente, durante a apresentação de uma das drags, o som e as luzes foram cortados, um policial entrou com uma lanterna e começou a ameaçar a plateia e a apontar a luz na cara das pessoas. O homem fardado então puxou sua calça e camisa e ficou apenas de cueca, e começou a dançar ao som de “I like the way you move”. O público, até então tenso e assustado, foi ao delírio. A casa reúne em seu staff garçons que transitam apenas com ombreiras fashion e sunga, drags glamorosas e ambiente chique decadente com bandeiras do arco-íris e fotos de modelos masculinos de cuecas. A casa abre diariamente das 19h às 7h como bar com shows e aos fins de semana tem DJs e pista. Para entrar na casa é preciso ter mais de 21 anos.

O lugar é discreto, próximo a rua da orla, com vista para o Mar Morto, sem placas, pois desistiram de tanto que foram depredadas, vizinho a clubes de strips de mulheres. Talvez a Mayak ainda esteja aberta para ajudar na propaganda do governo, mostrar que a homofobia não é tanta e ainda há alegria gay no país. Um ambiente que não condiz com a realidade russa de medo e opressão. Vai ver por isso os gays não frequentam mais o lugar que faz a alegria de héteros e turistas, alheio ao mundo real do lado de fora.