Bem hoje vamos conhecer a historia do Junior e seu drama na sociedade e-mail enviado dia 06/01/14
Religião X Religiosidade X Pecado X gay

Copiei a figura em anexo do Facebook. Achei interessante a charge, porque ela reflete exatamente como eu me sentia quando frequentava a igreja.
Me sentia o tempo inteiro apontado por todos aqueles que pareciam tão certinhos, mas que eu tinha certeza de que não eram, pois, afinal, somos humanos e pecadores.
Sempre refleti na postura de Jesus ao desenhar no chão, enquanto os Fariseus apontavam Maria Madalena, prostituta, encontrada em plena consumação do pecado (adultério), ou seja, uma pecadora. Adultério, nessa sociedade machista, era o fato de a mulher estar mantendo relações sexuais com alguém que não era o seu marido, e em troca de algum pagamento.
Para os menos estudiosos da Bíblia, os Fariseus eram o povo que estudava a fundo as leis de Moisés. E, para ajudar na compreensão dos Dez Mandamentos (as Leis de Moisés), eles criaram regras paralelas, para “melhor” a cumprirem.
Eles se consideravam doutores na lei, e, portanto, detentores de todo o conhecimento. Jesus, Judeu, já conhecido como o Messias da profecia de Elias, veio mostrar que a Lei era possível de ser cumprida e era simples, sem a necessidade de tantas leis paralelas.
Os Fariseus seguiam as leis, portanto, eram considerados Legalistas. Jesus, Filho de Deus, membro da Trindade, Criador do Céu e da Terra, era a personificação do amor. O Próprio Deus, como segunda pessoa da Trindade, presente na Terra, para redimir o Ser Humano do pecado Original, a desobediência a Deus, conforme previsto por Elias, e confirmado a Maria, pelo anjo Gabriel, em visão.
Jesus costumava olhar e tratar o ser humano com compaixão. Com Maria Madalena, não foi diferente. Enquanto, os Legalistas queriam matar imediatamente a pecadora, fazendo justiça com as próprias mãos, assumindo o papel de Deus, Jesus deixou que eles falassem sozinhos, e continuou escrevendo, até que, um por um, foram deixando o local, e só ficaram Maria Madalena e Jesus, que não a condenou.
Muitas vezes, em nome da Religião (conjunto de doutrinas), deixamos de viver a Religiosidade (prática da doutrina). Assim como os Fariseus, vivemos, muitas vezes, a lei (Religião) e nos esquecemos da compaixão, do amor ao próximo, fraternidade, e, acima de tudo: que somos iguais àqueles aos quais apontamos como pecadores.
Penso que o maior símbolo da Justiça Divina seja a condição de pecador. Para Deus, não existe a noção de tamanho de pecado. O que realmente importa é que houve o pecado. Segundo a Bíblia, no livro de Hebreus, a definição de pecado é a transgressão da lei (os Dez Mandamentos). O resto, é criação farisaica do Homem.
Graças a Deus, nos Dez Mandamentos, não há absolutamente nada que se refira à nenhum tipo de prática sexual!
Seria muito bom, se vivêssemos mais a nossa Religiosidade, e não nos apegássemos tanto à Religião.
Um gay na igreja
Sempre gostei muito de assuntos ligados à religião, também. Acredito muito em Deus e na Bíblia, livro que li e estudei do início ao fim.
Talvez para encontrar brechas que me provassem que o Deus em quem acredito não é o mesmo Deus que disse que os gays estarão fora do Céu.
Enfim, a Bíblia não me mostrou nada diferente disso. Não encontrei nenhum texto literal que me dissesse isso. Mas, na boa…. Não consigo acreditar que um Deus que morreu na cruz por todos os pecadores, iria deixar alguém de fora.
É aí que entra o conceito de Graça: Favor imerecido. Unido ao perdão, e ao amor, penso que não é necessário um texto literal para me confortar.
A vida de Jesus mostrou que Ele andou com as minorias, coisa que nenhuma igreja, hoje, faz. A minha não é diferente. Parece que todo aquele que segue a uma doutrina evangélica se sente o único certo da face da terra. Quem não segue o que ele segue, está errado.
Onde estão a tolerância, o amor ao próximo, o cuidado que Jesus pregou e viveu? Parece que isso só é válido em alguns casos.
Não quero aqui nem lembrar o caso do Pr Silas Malafaia. Não vou comentar a entrevista dele a Gabi.
Gostei sim da resposta que vi no youtube de um biólogo novinho de Cambridge aos argumentos dele.
Meu ponto aqui é outro. Envolve aceitação, preconceito, mas, principalmente, a falta de vontade em saber, em conversar, em conhecer o que se passa com um gay.
Como é considerada abominação, então é melhor nem se misturar. Engraçado foi que a prostituta que foi levada pelos Fariseus até Jesus, na esperança de que fosse escurraçada, foi perdoada.
Para a época, prostituição era considerado repugnante. E Jesus a acolheu e perdoou. Na parábola do Filho Pródigo, que representa Jesus e a humanidade, o pai, acolhe o filho sujo da lama do pecado.
Não creio que ser gay seja pecado, doença, ou qualquer coisa do gênero, Sou Gay! E sei bem como é isso…..
O que me revolta, e isso me fez deixar de congregar com os meus pares, é o fato de que simplesmente porque sou gay, não seria digno de estar lá.
Sempre fui líder, cantava em coral, era responsável pela assistência social, era chamado a falar sobre a palavra de Deus. E sempre ficava me perguntando. Essas pessoas que me consideram tanto, se soubessem que sou gay, será que continuariam com a mesma consideração? Será que teriam o mesmo apreço?
Ou me olhariam com olhar de pena, de repulsa, de repúdio?
Eu nunca quis pagar pra ver. Mas, me afastei. E a maior dificuldade é encontrar argumentos que sejam convincentes. Não tenho coragem de assumir que sou gay. Não acho necessário assumir. Não quero entrar nessa discussão. Não penso que vá adiantar qualquer explicação.
Sinto falta das músicas. Mas, não quero mais ir à igreja para ouvir que sou pecador, e que não vou ter o céu. Eu acredito num Deus diferente do que eles pregam. O meu Deus me ama do jeito que eu sou. Me compreende e sabe o que está dentro do meu coração. Sonda-me oh Deus. Ele sabe o fim desde o princípio. Sabe a minha história. Sabe quem eu sou, do meu caráter. Ele olha a minha essência. E esquece o resto. Pq esse resto, de fato, não importa.
Quando as pessoas são hétero, ninguém atribui seus erros ao fato de que são hétero… Ninguém diz: aquele heterozinho safado! Falam da mulher, da puta, enfim, mais discriminação.
Bem, esse foi mais um pedacinho da minha história que quis compartilhar
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